Alfredo Gaspar será relator para defesa de parlamentar golpista

A recente escolha do deputado federal Alfredo Gaspar para assumir a relatoria do recurso apresentado por seu colega Alexandre Ramagem, envolvido em atos golpistas orquestrados sob a liderança de Jair Bolsonaro, gerou desconfiança na sociedade alagoana. Gaspar, que até então era associado a uma trajetória pautada pela ética no Ministério Público de Alagoas, agora se posiciona como um defensor de uma linha extremista que muitos consideram antagônica aos valores democráticos.

O requerimento, oriundo do PL, partido de Bolsonaro, busca anular o processo contra Ramagem no Supremo Tribunal Federal (STF). Em sua defesa, Gaspar alega que irá fundamentar sua posição em pareceres técnicos, o que levanta dúvidas sobre sua independência e compromisso com a justiça. Para muitos, essa escolha não é apenas uma questão política, mas um reflexo do alinhamento ideológico de Gaspar com as práticas bolsonaristas, mesmo que isso contrarie sua trajetória anterior.

Alexandre Ramagem, um dos protagonistas da tentativa de desestabilização de um governo legitimamente eleito, é uma figura execrada pela sociedade, e sua defesa por Gaspar é interpretada como uma tentativa de minimizar as consequências legais de suas ações. Ramagem não apenas participou ativamente do movimento que visava subverter a democracia, mas também esteve diretamente vinculado ao plano contra a vida do presidente Lula, do vice-presidente Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes.

Contra Alfredo Gaspar, pesa ser um dos parlamentares que apoiou um projeto de anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro, desafiando a opinião pública que se manifestou contrária a tal medida. Essa postura de Gaspar, somada à sua nova função como relator, evidencia um alinhamento com o que de pior existe na política brasileira.

A curto prazo, a sociedade alagoana pode cobrar tais ações, já a longo prazo, é a história que cobrará.