Minha última reflexão sobre o julgamento do caso Roberta Dias
29/04/2025, 21:34:13No somatório das vozes das ruas, alguns números e letras que ficaram de fora da conta e dos nove-fora-nada, comprovam mais uma vez que essa conta não fecha, mesmo com todas as perdas decretadas pela justiça.

Pelo tempo percorrido durante os treze anos que cobriram o caso Roberta Dias, dos quais a mãe de Roberta, Mônica Reis, perdeu 4.745 noites de sono, cujas as lágrimas fizeram secar a sua fonte de água e sal, e dos milhares de vezes que encheu o coração de esperança de encontrar o corpo da filha e do neto ou neta, quando por nove anos tudo deu em nada, e cuja dor jamais em tempo algum será reparada, conclui-se por meio da matemática que quase tudo foi perdido. Não se ganhou nada.
Depois, ao longo de mais quatro anos de sofrimento que somente uma mãe que tenha perdido uma filha nas mesmas condições pode comparar o tanto quanto foi destruída por dentro Mônica Reis, em todos os sentimentos de uma mãe sem sossego. E mais uma vez a matemática indica que tudo foi perdido.
Do outro lado, e após o longo julgamento por entre depoimentos com rastros de provas do acontecido, entra em outra descida ao interior humano a perda de quem cometeu o crime e que não deve ficar sem punição, sendo neste caso a perda da liberdade concluindo-se que mais uma vez a matemática mostra que esse também perdeu. Até o lado de quem deveria perder também a sua liberdade caso se confirmasse a sua participação como partícipe material do crime e da coautoria – participante intelectual – somar-se-ia mais uma perda ou quem sabe duas.
Fundamentando na matemática da vida quem venceu? Nenhum dos lados. Todos saíram perdedores por entre vidas e liberdade. E pela matemática pura e aplicada, números exatos não foram de todos apurados. Perderam todos.