Câmara avalia decisão do STF sobre prisão de Zambelli

A avaliação da Câmara dos Deputados

A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados está atualmente avaliando os desdobramentos jurídicos relacionados à decisão do Supremo Tribunal Federal que determinou a prisão da deputada federal Carla Zambelli (PL). O presidente da Câmara, Hugo Motta (REPUBLICANOS), comunicou que o corpo técnico jurídico está reunido para discutir os próximos passos diante da ordem de prisão emitida pelo ministro Alexandre de Moraes.

Entendendo a decisão do STF

A medida foi tomada após a Procuradoria-Geral da República (PGR) indicar que a parlamentar teria deixado o Brasil. "A decisão foi tomada ontem. O jurídico da Câmara está se reunindo para ver quais serão as próximas etapas que precisamos cumprir sobre a decisão do STF. Quero trazer o nosso posicionamento até o final do dia. Eu procuro tratar com responsabilidade casos como este, sem precedente", afirmou Hugo Motta, sem entrar em detalhes sobre o mérito da determinação judicial.

Histórico da condenação de Carla Zambelli

Carla Zambelli foi condenada a dez anos de prisão em maio, em um processo relacionado a uma invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A decisão do ministro Moraes considera que a saída da deputada do território nacional ocorreu com o intuito de evitar o cumprimento de sua pena. Segundo a Corte, ela deixou o país antes da análise final dos embargos de declaração que ainda tramitavam.

Próximos passos para a Câmara

Com a ordem de prisão expedida, a Constituição Federal exige que a Câmara dos Deputados delibere sobre a manutenção da prisão de um de seus membros. O caso deve ser levado ao plenário da Casa, que decidirá por maioria absoluta.

A defesa de Zambelli

A deputada se manifestou sobre a decisão, criticando-a em nota divulgada por sua assessoria. Ela afirmou que pretende apresentar denúncias sobre o que considera uma "perseguição política" em instâncias internacionais. Zambelli também contestou o bloqueio dos perfis em redes sociais de sua mãe e de seu filho adolescente, afirmando que ambos permaneceriam no Brasil para continuar sua atuação política.

Informações sobre sua saída do Brasil

Dados preliminares da investigação indicam que a deputada Zambelli teria saído do país por via terrestre, utilizando uma rota na região da Tríplice Fronteira. Suspeita-se que ela tenha atravessado para a cidade argentina de Puerto Iguazú, perto de Foz do Iguaçu (PR), e seguido até Buenos Aires, de onde partiu para os Estados Unidos. Seu então advogado, Daniel Bialski, informou que a viagem teria como objetivo um tratamento de saúde, mas depois anunciou seu desligamento da defesa, alegando "motivo de foro íntimo".