O São João de Maceió festejou tudo, menos a essência nordestina

Apesar das grandes atrações nacionais, a essência da tradicional festa junina parece ter se perdido na capital alagoana.

O São João de Maceió festejou tudo, menos a essência nordestina

Nos últimos dias, as TVs  e as redes sociais têm sido dominadas pela grandiosa celebração do São João de Maceió 2025. Palcos montados em Jaraguá e no Benedito Bentes recebem uma série de artistas renomados do cenário musical brasileiro, como Pablo Vittar, Ferrugem, Luan Santana, Zezé di Camargo e Luciano, entre outros. Porém, a pergunta que se impõe é: essa festa realmente representa o espírito do São João?

Embora muitos possam argumentar que a festividade é uma demonstração de modernidade e diversidade, é inegável que o evento em Maceió se distancia da essência das tradicionais festas juninas. A presença de artistas populares, sem dúvida, atrai multidões e garante uma grande festa, mas será que isso é suficiente para caracterizá-la como um verdadeiro São João?

Uma verdadeira festa junina, em minha visão, deve honrar suas raízes e tradições, apresentando artistas que carregam a cultura nordestina, como Flávio José, Alcimar Monteiro, Elba Ramalho, Jorge de Altinho, entre outros. A ausência desses nomes emblemáticos no lineup do São João de Maceió levanta a questão: estamos apenas diante de um espetáculo musical, ou perdemos a oportunidade de celebrar a cultura que realmente representa essa festividade?

É possível que o prefeito JHC, na tentativa de agradar a diferentes públicos, tenha se deixado levar por uma abordagem superficial, esquecendo-se do valor cultural que uma autêntica festa junina deve ter. A festa em si foi um sucesso em termos de público e entretenimento, mas isso não a torna uma verdadeira celebração das tradições juninas.

Assim, o São João de Maceió se revela como uma grande festa, mas não a maior no que diz respeito à preservação da cultura junina. A "bola fora" do prefeito e sua equipe, ao ignorar a essência dessa festividade, é um lembrete de que, por trás das grandes atrações, está uma cultura rica que merece ser respeitada e celebrada em sua plenitude.

Creditos: Professor Fábio Andrey