A Guerra Comercial de Trump e os abusos e desafios impostos ao Brasil

Taxações exorbitantes, investigações infundadas e um ataque à soberania nacional marcam a relação entre os Estados Unidos e o Brasil sob a administração Trump e o apoio da família Bolsonaro.

A Guerra Comercial de Trump e os abusos e desafios impostos ao Brasil

Nos últimos meses, a relação entre os Estados Unidos e o Brasil tem sido marcada por tensões crescentes, impulsionadas por declarações e ações do presidente Donald Trump, que, com o apoio da família Bolsonaro, parece ter ultrapassado todos os limites do bom senso. A recente decisão do governo americano de impor uma taxação de 50% sobre todos os produtos brasileiros, acompanhada por um comunicado do Escritório de Representação Comercial dos Estados Unidos, lança um pesado fardo sobre a economia nacional e levanta questões sobre a legitimidade de tais ações.

Entre as alegações apresentadas por Trump, destaca-se uma investigação sobre as práticas comerciais brasileiras, que inclui críticas ao sistema de pagamento eletrônico - pix -. O argumento de que o Brasil estaria envolvido em práticas desleais é, no mínimo, questionável, especialmente quando se considera que o pix é uma inovação nacional que visa facilitar transações financeiras. Trump, em sua retórica, menciona ainda a famosa 25 de março em São Paulo, um centro comercial popular, como um exemplo de comércio irregular relacionado à venda de produtos falsificados, ignorando o fato de que essa rua é alvo constante de operações policiais para coibir práticas ilegais.

Outro ponto controverso no discurso de Trump gira em torno do desmatamento ilegal. O presidente argumenta que a questão impacta negativamente a competitividade dos produtos agrícolas americanos, desconsiderando os avanços significativos na redução do desmatamento durante o governo Lula. A hipocrisia dessa crítica é evidente, uma vez que a luta pelo meio ambiente é uma preocupação global e que o Brasil tem feito esforços para preservar suas florestas, diferentemente dos EUA.

As tarifas impostas pelo Brasil sobre o etanol também foram alvo de críticas, com Trump alegando que isso cria um desequilíbrio comercial em desfavor dos Estados Unidos. No entanto, essa questão deve ser analisada sob a perspectiva das políticas de proteção e incentivo ao desenvolvimento sustentável que muitos países adotam em suas economias.

Além disso, a investigação americana se estende ao comércio digital, com o governo Trump reclamando das restrições brasileiras à transferência de dados pessoais. Essa preocupação revela uma tentativa de minar a soberania do Brasil sobre a privacidade de seus cidadãos, um direito fundamental que deve ser protegido a todo custo.

Por fim, o cúmulo do absurdo se manifesta na responsabilização do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro pela atuação das empresas de mídia social americanas. Ao vetar postagens ilegais e fake news, o STF age em conformidade com as leis brasileiras, mas Trump vê isso como um obstáculo ao "livre mercado", ignorando as implicações da desinformação e a necessidade de regulamentação para proteger a sociedade.

Em suma, a relação entre Brasil e Estados Unidos sob a administração Trump é marcada por uma série de absurdos que desafiam não apenas a lógica comercial, mas também o respeito mútuo e a soberania nacional. O cenário exige uma resposta firme e estratégica do Brasil, que deve reafirmar sua posição no cenário internacional e proteger seus interesses diante de ataques infundados e desleais.

Creditos: Professor Fábio Andrey