Descontos do INSS exigirão assinatura eletrônica
01/09/2025, 16:33:37Resumo da proposta
O plenário da Câmara dos Deputados deve votar nesta semana o Projeto de Lei 1.546/24, que propõe a exigência de assinatura eletrônica para autorizar descontos de mensalidades em benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A medida, colocada na pauta pelo presidente da Casa, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), promete endurecer as regras para liberação de descontos em aposentadorias e pensões.
O que prevê o projeto
De autoria do deputado Murilo Galdino (Republicanos-PB), o texto altera dispositivos da Lei de Benefícios da Previdência Social e estabelece mecanismos adicionais de conferência por parte do INSS. Entre os pontos centrais estão:
- Obrigatoriedade de autorização formal para descontos previdenciários;
- Exigência de assinatura eletrônica ou biométrica associada à autorização;
- Possibilidade de uso de escritura pública com firma reconhecida como forma de comprovação;
- Conferência pelo INSS, que deve verificar autorizações caso a caso, sem recorrer apenas à amostragem.
Por que a mudança é proposta
A proposta surge após a descoberta de uma fraude bilionária que teve beneficiários do INSS como alvo, revelada pela Polícia Federal. Segundo defensores do projeto, a inclusão de tecnologia de autenticação — como a assinatura eletrônica ou biométrica — pode reduzir as chances de autorizações falsas e proteger aposentados e pensionistas contra descontos indevidos.
Segurança e validação de autorizações
Atualmente, parte das autorizações para descontos são conferidas por amostragem, um método que, segundo críticos, deixa brechas para irregularidades. O PL 1.546/24 prevê que o INSS faça uma análise individualizada dessas autorizações, elevando o padrão de controle.
Impacto para empresas e associações
Se aprovado, o texto mudará a rotina de empresas e entidades que hoje realizam débito em folha. Para efetivar um desconto, será necessário portar uma autorização formal do beneficiário, que pode ser uma escritura pública com firma reconhecida ou documento com assinatura eletrônica válida. Essa exigência eleva barreiras burocráticas, mas também aumenta a segurança jurídica das operações.
Custos e adaptação
Especialistas em previdência e representantes de associações associativas já indicam que as novas regras podem trazer custos adicionais para regularização de autorizações. No entanto, defensores do projeto argumentam que o investimento em autenticação é um custo pequeno diante do potencial de prejuízos causados por fraudes.
Repercussão entre beneficiários
Para os aposentados e pensionistas, a proposta é vista majoritariamente como uma proteção. Ao ampliar os requisitos para autorizações de desconto, o PL busca reduzir episódios em que benefícios são subtraídos sem o consentimento real do titular. O autor do projeto destacou que o objetivo principal é evitar que beneficiários tenham que ingressar na Justiça para reaver valores.
Segundo o deputado Murilo Galdino, a intenção é clara: "Em muitos casos, os associados têm que se valer de ações judiciais para comprovarem que seus benefícios foram injustamente descontados, em razão da falta de autorização", disse Galdino.
Trâmite legislativo
Caso o projeto seja aprovado no plenário da Câmara, seguirá para análise do Senado Federal. Se o Senado aprovar sem alterações, o texto seguirá para sanção presidencial. É importante lembrar que, mesmo com a aprovação do Congresso, o presidente da República pode sancionar ou vetar o projeto parcial ou integralmente.
Prazos e votação
O presidente da Câmara colocou a proposta na pauta da semana, o que indica expectativa de votação em curto prazo. Parlamentares favoráveis destacam a urgência em fechar brechas que permitiram fraudes recentes, enquanto opositores podem propor emendas para ajustar exigências técnicas e custos operacionais.
Aspectos técnicos da assinatura eletrônica
A assinatura eletrônica ou biométrica tem ganhado espaço em processos administrativos e jurídicos por sua capacidade de confirmar a identidade do signatário. O projeto aponta para o uso dessas tecnologias como critério mínimo para garantir a autenticidade das autorizações de desconto. Entre as opções técnicas, destacam-se:
- Assinatura eletrônica com certificação digital;
- Biometria (impressão digital, reconhecimento facial);
- Escritura pública com firma reconhecida.
Essas alternativas buscam conciliar segurança e acessibilidade, mas o debate sobre qual padrão será adotado permanece aberto.
O que esperar
Se aprovado, o PL 1.546/24 representará um avanço nas políticas de proteção aos beneficiários do INSS ao impor requisitos mais rígidos para autorizações de descontos. A intenção é clara: dificultar novas fraudes e dar mais segurança ao recebedor do benefício. A proposta também pode servir de referência para outras áreas que lidam com débitos automáticos e autenticação de autorizações.
Conclusão e chamada à ação
O debate sobre segurança e proteção dos benefícios previdenciários continua em destaque no Congresso. A exigência de assinatura eletrônica promete trazer maior controle e menos fraudes, embora gere discussões sobre custo e implementação. Acompanhe a votação no plenário da Câmara e mantenha-se informado sobre como a proposta pode afetar aposentados e pensionistas.
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