Será que temos mesmo o que comemorar neste Sete de Setembro?
01/09/2025, 19:36:04Enquanto o Presidente Lula e o Ministro Alexandre de Moraes defenedem o país ante a um louco invasor da economia mundial, bolsonaristas - os que ainda restam - defendem ao maior causador dos ataques ao Brasil.
Sete de Setembro é, em teoria, a data maior da nossa independência, quando o Brasil deixou de ser colônia e passou a caminhar com as próprias pernas. É o momento em que os discursos oficiais exaltam a pátria, os desfiles militares enchem as ruas e o verde-amarelo se espalha em símbolos de orgulho nacional. Mas, diante da realidade que enfrentamos, cabe a pergunta: será que temos mesmo o que comemorar?
A independência proclamada em 1822 não significou de imediato liberdade plena para todos. Ao contrário, milhões de brasileiros continuaram escravizados, sem direito a voz, à cidadania e sequer ao reconhecimento como seres humanos. O “grito do Ipiranga” ecoou mais nos salões do poder do que nas senzalas, roças e vilas espalhadas pelo país. Passados mais de dois séculos, ainda carregamos marcas profundas dessa exclusão.
Hoje, em pleno século XXI, nossa independência continua relativa. Dependemos de políticas que muitas vezes privilegiam os interesses de grupos econômicos, em vez do bem-estar coletivo. Dependemos de importações básicas, como tecnologia e até medicamentos, revelando nossa fragilidade diante das grandes potências. Dependemos de lideranças políticas que, em vez de conduzir o povo à prosperidade, muitas vezes o mantêm refém de promessas não cumpridas.
Enquanto isso, o cidadão comum enfrenta inflação, serviços públicos precários, violência urbana e desigualdade social que nos coloca entre os países mais desiguais do planeta. Será possível falar em independência quando grande parte da população não tem acesso a saneamento básico, saúde de qualidade e educação transformadora?
Talvez o Sete de Setembro devesse ser menos um ato festivo e mais um convite à reflexão. O Brasil que sonhamos não será entregue de cima para baixo, mas construído coletivamente, com consciência, participação cidadã e cobrança efetiva de quem ocupa o poder.
Comemorar é importante, mas questionar é essencial. Se a independência de 1822 foi apenas um primeiro passo, cabe a nós, brasileiros de 2025, continuar a luta por uma verdadeira emancipação — aquela que garante dignidade, igualdade de oportunidades e justiça social.
E aí, neste Sete de Setembro, cada um deve responder: estamos independentes ou ainda à espera de um novo grito que, enfim, nos liberte de vez?