Aumento da obesidade infantil: dados alarmantes em Alagoas

Aumento da obesidade infantil: dados alarmantes em Alagoas

Obesidade infantil em Alagoas


Uma em cada três crianças e adolescentes de 10 a 19 anos em Alagoas têm excesso de peso, segundo dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN). A taxa de sobrepeso nessa faixa etária subiu de 23% para 30% em dez anos, sendo que no Brasil o percentual médio é de 32%. Entre crianças com menos de 5 anos, o estado seguiu a tendência nacional de queda na taxa de sobrepeso, com a redução do percentual de 40% para 36% entre 2014 e 2024. De 5 até 9 anos, o índice em Alagoas é de 28%.

A obesidade infantil é um desafio de saúde pública e tem crescido de forma acelerada nas últimas décadas. A situação é alarmante, conforme especialistas ouvidos pelo G1, que alertam que o excesso de peso nos anos iniciais da vida adulta pode aumentar o risco de doenças cardíacas, diabetes e Acidente Vascular Cerebral (AVC), as quais são algumas das principais causas de morte no país.

O pediatra Marcos Gonçalves, Presidente da Sociedade Alagoana de Pediatria, afirma que o diagnóstico de desnutrição ou obesidade é feito com base no Índice de Massa Corporal (IMC) da criança ou adolescente, comparando o resultado com curvas de referência para a idade. Ele destaca: "A gente tem as curvas de crescimento. Curvas de peso também daquela criança. Para cada idade tem um peso que a gente espera que seja o mínimo e o máximo. Abaixo do mínimo a gente chama de desnutrição ou baixo peso e acima daquela curva a gente chama de obesidade ou peso exagerado".

As projeções do Atlas Mundial da Obesidade apontam que, se nenhuma medida eficaz for adotada, 40% das crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos no Brasil estarão com sobrepeso ou obesidade em 2035. O SISVAN, por sua vez, é uma ferramenta que monitora a situação alimentar e nutricional das famílias atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e revela que a obesidade infantil está relacionada ao consumo elevado de alimentos ultraprocessados, hábitos alimentares inadequados — como comer enquanto assistem à TV ou mexem no celular — e a falta de atividade física (sedentarismo).

Entre crianças e adolescentes de 10 a 19 anos, os dados são alarmantes:
  • Hábito de realizar as refeições assistindo à televisão: 64%
  • Consumo de alimentos ultraprocessados: 82%
  • Consumo de hambúrguer e/ou embutidos: 45%
  • Consumo de bebidas adoçadas: 62%
  • Consumo de macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados: 50%
  • Consumo de biscoito recheado, doces ou guloseimas: 54%
Alguns hábitos saudáveis, no entanto, são mantidos:
  • Hábito de realizar no mínimo as três refeições principais do dia: 86%
  • Consumo de feijão: 88%
  • Consumo de fruta: 74%
  • Consumo de verduras e legumes: 64%
O Ministério da Saúde disponibiliza três guias gratuitos que podem ajudar na prevenção da obesidade através de hábitos saudáveis: o Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 anos, o Guia Alimentar para a População Brasileira, e o Guia de Atividade Física para a População Brasileira.