Thiago Brennand condenado por estupro de estudante

O empresário Thiago Brennand foi condenado pela 30ª Vara Criminal de São Paulo a 8 anos de prisão em regime fechado e ao pagamento de R$ 200 mil de indenização pela condenação pelo crime de estupro contra a estudante de medicina e miss Stephanie Cohen. A decisão da Justiça paulista, confirmada por nota do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), corre em segredo de Justiça, mas já indica novo desdobramento em uma série de processos que envolvem o nome do empresário.

Condenações como esta reforçam o debate sobre impunidade e proteção às vítimas em casos de violência sexual. A estudante denunciou que foi dopada e estuprada em 2021 no hotel onde o réu morava na capital. Segundo seu relato, após um jantar ela se sentiu muito tonta e acredita ter sido vítima de um golpe conhecido popularmente como 'boa noite, Cinderela', por não conseguir manter-se em pé antes de ser levada para o quarto do hotel.

Detalhes da sentença e possibilidades legais

A pena imposta pela 30ª Vara Criminal soma reclusão em regime fechado e indenização civil. Ainda cabe recurso à decisão, o que significa que a sentença pode ser revista em instâncias superiores. A defesa tem a possibilidade de contestar provas, pleitear redução da pena ou, dependendo das estratégias adotadas, requerer nulidades que influenciem o andamento do processo.

O cenário processual de Brennand é complexo. Esta é a quarta condenação do empresário relacionada a crimes sexuais contra mulheres, o que interfere tanto na percepção pública quanto na análise judicial sobre a reincidência e a gravidade dos fatos. Em muitas decisões, o histórico criminal do réu pode ser considerado para agravar a pena ou justificar regime mais rigoroso.

Condenações anteriores

• Em outubro, condenado a 8 anos e 6 meses pelo estupro de uma norte-americana em Porto Feliz, ocorrido em julho de 2021.
• Em novembro de 2023, recebeu 1 ano e 8 meses em regime semiaberto por lesão corporal, por agredir uma mulher em uma academia em São Paulo, crime registrado por câmeras.
• Em janeiro de 2024, havia sido condenado a 8 anos pelo estupro de uma massagista em Porto Feliz, sentença que foi anulada em outubro do mesmo ano.
• Em setembro de 2024, houve condenação a 10 anos e 6 meses pelo estupro de uma mulher em São Paulo em 2016; essa pena foi reduzida recentemente para 8 anos e 2 meses, com indenização de R$ 100 mil.

Em alguns desses casos, Brennand também foi acusado de filmar os abusos e de ameaçar divulgar os vídeos, fato que acrescenta gravidade às imputações e amplia as possibilidades de condenação por outros crimes, como divulgação não consentida de imagens íntimas e coação.

O caso da estudante de medicina

Stephanie Cohen, de 30 anos, relatou que conheceu o empresário em um restaurante de São Paulo, onde comemorava com amigas a conquista em um concurso de miss. Dias depois, Brennand a procurou pelas redes sociais e os dois passaram a conversar. Ela aceitou um convite para jantar, mas disse que, ao final da refeição e após tomar um drink, sentiu-se extremamente tonta e com mobilidade reduzida.

A vítima descreve ter perdido parte da autonomia física e acredita ter sido dopada. Depois desses sintomas, ela conta que foi levada ao hotel pelo empresário, onde diz ter sido estuprada. Esse relato foi levado à Justiça, que, após análise das provas apresentadas, decidiu pela condenação do réu.

Implicações para vítimas e prevenção

O caso reforça a importância de políticas públicas e medidas preventivas para proteger mulheres diante de situações de vulnerabilidade. A discussão pública sobre como evitar crimes como o relato de 'boa noite, Cinderela' envolve desde campanhas de conscientização em bares e restaurantes até protocolos em hotéis e eventos para identificar e responder a sinais de intoxicação ou coação.

Além disso, o suporte psicológico e jurídico às vítimas é essencial, tanto para o enfrentamento pessoal do trauma quanto para garantir que denúncias cheguem ao Judiciário com condições de produzir provas eficientes e sustentarem condenações quando apropriado.

Situação carcerária

Atualmente, Thiago Brennand cumpre pena na Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo. O regime de cumprimento e eventuais progressões de pena dependerão de decisões futuras, da manutenção das condenações em instâncias superiores e do cumprimento de requisitos legais.

O acompanhamento do caso pelas autoridades e pela sociedade civil costuma ser intenso em episódios de grande repercussão, sobretudo quando envolvem múltiplas denúncias e condenações por crimes contra mulheres.

Análise final

A condenação recente adiciona mais um capítulo à trajetória judicial de Brennand e alimenta debates sobre impunidade, proteção de vítimas e eficácia do sistema penal. Independentemente do desfecho em instâncias superiores, decisões como esta representam um avanço importante para quem busca responsabilização em casos de violência sexual.

Seja qual for o próximo passo judicial, é essencial que a discussão pública mantenha o foco na proteção às vítimas, na investigação rigorosa e na prevenção de novos crimes.

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