O eco das lamentações das viúvas carpideiras bolsonaristas nos grupos de whatsapp

Os grupos de WhatsApp tornaram-se, indiscutivelmente, um termômetro dos acontecimentos que agitam o cotidiano brasileiro, especialmente no campo político. No universo bolsonarista, essas plataformas se transformam em arenas de debate onde a disseminação de informações infundadas ganha espaço, moldando a percepção pública.

Dentro desse contexto, a figura das "viúvas carpideiras" emerge como uma metáfora poderosa. Assim como essas mulheres históricas, que eram contratadas para chorar e lamentar a perda de entes queridos, os bolsonaristas assumem um papel similar, expressando um luto coletivo pela figura de Jair Bolsonaro. A tristeza e a indignação permeiam as mensagens trocadas, que frequentemente se transformam em um repositório de lamúrias e tentativas de justificar o injustificável.

Nos grupos de whatsapp dos quais faço parte, essa dinâmica é palpável. As conversas se desenrolam em um ciclo interminável de lamentações, onde os membros do grupo evocarão a memória do "mito" com uma intensidade que beira o fúnebre. É como se cada mensagem fosse uma nota em uma cantilena de agouro, um lamento coletivo que busca ressignificar a realidade política em meio a uma maré de insatisfação.

Além disso, a proliferação de fake news nesses grupos não pode ser ignorada. Informações distorcidas e teorias da conspiração se espalham como um rastilho de pólvora, alimentando ainda mais a narrativa de desespero e reivindicação por um retorno ao "governo idealizado". A necessidade de se posicionar, de defender um líder, revela uma fragilidade emocional e uma dependência quase afetiva em relação a Bolsonaro.

Assim, os grupos de WhatsApp se tornam não apenas espaços de comunicação, mas também reflexos de um estado emocional coletivo, onde o luto pela figura do "mito" se entrelaça com a desinformação e a busca por significado em um cenário político.