Professor Sérgio Onofre fala sobre o Circuito de Cinema e o resgate da sétima arte em Penedo. Assista vídeos
06/11/2025, 16:56:05Entre memórias e sonhos, o educador relembra a trajetória de resistência cultural que manteve viva a chama do cinema na cidade ribeirinha
O professor Sérgio Onofre, conhecido por sua militância cultural e olhar atento à história de Penedo, voltou a falar com entusiasmo sobre o Circuito de Cinema, projeto que marcou uma nova era de reencontro da cidade com a sétima arte. Em suas palavras, não se trata apenas de exibir filmes — mas de reconstruir a ponte entre o passado glorioso e o presente sedento por cultura.
Penedo, que outrora foi referência regional com salas lotadas e espectadores fiéis, e do Festival de Cinema de Penedo – 1975 – 1982 – viu suas cortinas se fecharem com o avanço da televisão e, depois, da era digital. As antigas salas, antes templos de sonho e imaginação, transformaram-se em ruínas silenciosas de um tempo em que o cinema era ritual e encontro. Foi nesse cenário de saudade e abandono que surgiu o resgate idealizado por Sérgio Onofre e os demais colegas do Curso de Turismo da UFAL, que não aceitou ver o imaginário coletivo da cidade ser apagado.
Em entrevista no Programa Penedo Real da rádio Penedo FM, o professor destacou que o Circuito de Cinema nasceu da necessidade de devolver à comunidade o prazer de ver e sentir o cinema, como expressão artística e ferramenta de reflexão social. “O cinema é uma escola da alma. Ele ensina, emociona e provoca. Penedo precisava reencontrar-se com essa linguagem, e o circuito veio para isso: para devolver o direito de sonhar em tela grande”, pontuou.
O projeto, que começou de forma modesta, com oficinas nas praças, exibindo filmes em espaços alternativos, rapidamente foi conquistando estudantes, artistas e famílias inteiras. Hoje, o Circuito é símbolo de resistência cultural, reconhecido por integrar educação, arte e história local — pilares que Sérgio Onofre sempre defendeu em sua trajetória como professor, histpriador e articulador social.
Ele também relembrou os desafios enfrentados para manter o projeto de pé: a escassez de recursos, a dificuldade de encontrar apoio institucional e a indiferença de parte do poder público. “Mas cada exibição lotada, cada olhar encantado de uma criança, cada aplauso no fim de um filme, são o combustível que mantém a chama acesa”, afirmou. Além de trazer recurso circulante para a cidade.
Sérgio Onofre enxerga no cinema um ato político e pedagógico: político porque resiste à lógica da exclusão cultural; pedagógico porque educa sem precisar de quadro e giz. Para ele, o Circuito de Cinema é uma forma de alfabetização sensível — um convite para que a cidade volte a se ver na tela, a reconhecer suas histórias, seus heróis, seus dramas e esperanças.
Assim, o que começou como um sonho de professor apaixonado pela arte se transformou em um movimento coletivo de resgate da identidade penedense. O Circuito de Cinema é hoje mais do que uma agenda cultural — é uma declaração de amor ao cinema e à própria cidade.
Como diz o próprio Onofre, “Penedo tem no DNA a vocação para o cinema. O que fazemos é apenas reavivar essa memória, lembrando que a sétima arte sempre teve endereço certo às margens do São Francisco.”
Clique nos Links abaixo e assista ao vídeo da entrevista:
https://www.youtube.com/shorts/ZDvOnhH23Gg?feature=share