Ex-assessor de Bolsonaro busca apoio para defesa nos EUA
11/11/2025, 09:01:14Filipe Martins tenta financiamento para defesa no exterior
Apontado como integrante do \"núcleo 2\" da trama golpista, Filipe Martins lançou uma campanha online para custear advogados americanos. O ex-assessor presidencial está em prisão domiciliar e será julgado em dezembro no STF por participação na articulação da tentativa de golpe de Estado em 2022.
Campanha online para arrecadação
Filipe Martins, ex-assessor de Jair Bolsonaro para Assuntos Internacionais e um dos investigados por envolvimento na articulação golpista de 2022, tenta agora mobilizar apoiadores para financiar sua defesa jurídica fora do país. A campanha virtual foi lançada para arrecadar fundos destinados ao pagamento de advogados nos Estados Unidos.
O anúncio da iniciativa foi feito no domingo (9) pelo advogado Jeffrey Chiquini, em publicação no X (antigo Twitter). Ele explicou que a arrecadação foi organizada por simpatizantes de Martins com o propósito de cobrir despesas legais e custos pessoais resultantes das restrições impostas ao ex-assessor nos últimos anos.
De acordo com Chiquini, toda a verba será direcionada exclusivamente a Filipe Martins. O advogado também pediu que aliados ajudem na divulgação da campanha, dizendo que a intenção é responsabilizar judicialmente os autores da suposta fraude no sistema migratório americano.
Contexto da prisão e tensões jurídicas
Preso preventivamente desde fevereiro de 2024, Martins passou seis meses em um presídio no Paraná até obter o direito à prisão domiciliar, concedido devido ao risco de fuga. O Supremo Tribunal Federal (STF) fundamentou a ordem de prisão no fato de seu nome constar na lista de passageiros do voo presidencial que levou Jair Bolsonaro a Orlando, em 30 de dezembro de 2022. A defesa, porém, alega que ele nunca embarcou.
A criação da vaquinha ocorre em meio a novas tensões jurídicas. Dias antes, o ministro Alexandre de Moraes havia determinado o afastamento da equipe de defesa de Martins por perda de prazo processual, mas voltou atrás pouco depois. O episódio reacendeu críticas de perfis bolsonaristas, que acusaram o STF de restringir o direito de defesa.
Conflitos e processos legais
Apesar das manifestações, a Procuradoria-Geral da República sustenta que Filipe Martins teve papel direto na tentativa de golpe. Um dos principais elementos da acusação é a reunião de 7 de dezembro de 2022, quando Bolsonaro teria apresentado aos comandantes militares uma minuta de decreto com medidas de exceção, documento apontado pela Polícia Federal como base jurídica do plano.
Réu no STF, Martins será julgado em dezembro, nos dias 9, 10, 16 e 17, junto a outros integrantes do chamado núcleo 2, grupo formado por ex-assessores e aliados do ex-presidente acusados de articular e dar suporte logístico ao esquema golpista.