COP30 discute investimentos para adaptação climática
12/11/2025, 13:09:23Discurso no Pavilhão Dinamarca
No segundo dia da COP30, em Belém, muito se falou sobre o poder da transformação e as ações necessárias para resultados concretos com foco em adaptação climática, infraestrutura, água, resíduos, bioeconomia e outros temas de grande importância para melhorar a vida nas comunidades.
Entre os destaques do dia, estiveram o lançamento do Plano para Acelerar a Governança Multinível e a operacionalização da Coalizão CHAMP, que integram a liderança local em estratégias globais de ação climática. Também foi divulgado o Anuário de Ação Climática Global 2025, mostrando que 95% dos países agora envolvem cidades, empresas e sociedade civil na implementação de suas metas climáticas, embora ainda haja lacunas a superar em financiamento e capacidade.
Outro anúncio importante desta terça-feira (11) foi o Programa de Investimento em Água para a América Latina e o Caribe (LAC-IP), que prevê mobilizar US$ 20 bilhões (R$ 105 bilhões) até 2030 para projetos resilientes à mudança climática. Além disso, foi iniciada a fase de implementação do Mutirão contra o Calor Extremo, que promove soluções de resfriamento sustentável nas cidades.
Na oportunidade, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), afirmou que, para enfrentar as ondas de calor, será necessário impulsionar uma série de ações em três frentes. "Encontraremos respostas, seja na adaptação, na mitigação ou na transformação do modelo insustentável de desenvolvimento que nos trouxe a essa situação", ressaltou.
A importância de ações concretas
Em um dia marcado por reuniões e anúncios importantes, representantes do Brasil e líderes internacionais reforçaram a importância de ações concretas para enfrentar as mudanças climáticas. A CEO da COP 30, Ana Toni, destacou que o dia contou com 112 diálogos coordenados (DCs) e avanços em governança multinível. "Seis mil oficiais vão acelerar ações no nível municipal", afirmou. Entre os destaques, Ana Toni ressaltou a transição justa e o tema de gênero como os tópicos que receberam mais atenção nas negociações. O programa de investimento latino-americano e do Caribe foi outro ponto relevante. Também foram lançadas iniciativas para acelerar soluções para resíduos não orgânicos e orgânicos.
O ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho (MDB), reforçou que as cidades são centrais na luta contra as mudanças climáticas. "80% das emissões do planeta partem das cidades. Até 2050, 70% da população mundial estará vivendo nas áreas urbanas", afirmou. Barbalho destacou a necessidade de financiamento adequado aos estados e municípios, lembrando que atualmente apenas 10% dos recursos do fundo climático chegam às cidades. O Brasil é signatário da Declaração de Champ, que busca incluir mais países nessa iniciativa.
Já o governador da Califórnia, Gavin Newsom, fez críticas veladas à ausência do governo Trump na COP30, mas destacou os avanços ambientais de seu estado: redução do uso de carvão, controle das emissões de carbono e políticas de liderança local que mantêm a Califórnia na vanguarda da agenda verde. "É importante não focarmos apenas no governo federal, mas também no que os governos locais estão fazendo", disse.