COP 30 e os impactos dos extremos climáticos no Brasil
12/11/2025, 09:11:40A importância do estudo da UFF
Um estudo da UFF (Universidade Federal Fluminense), coordenado por Márcio Cataldi, do Departamento de Engenharia Agrícola e Ambiental da universidade, chamado Projeto Riskclima, que mapeia os principais eventos climáticos das cinco regiões brasileiras, aponta que extremos já chegaram ao país, inclusive na capital paraense Belém, sede da COP30.
O projeto criado em 2022, partindo da análise climática das regiões do Brasil, gera relatórios com propostas para melhorar a qualidade de vida de quem sofre com os eventos extremos. Medidas como alertar a população a beber dois litros de água em dias de temperatura elevada podem evitar a morte de 50% de pessoas idosas, que já bebem menos água naturalmente e é a população mais atingida.
Projeções futuras e ações necessárias
"A possibilidade de analisar as informações que temos e vier como se comportarão em projeções futuras pode nos dar uma dimensão maior sobre a sua abrangência espacial, persistência, intensidade etc, mostrando de forma mais abrangente quais são e onde devem ser feitas as principais ações de mitigação e resiliência em relação a eles", explica Márcio.
O objetivo é apontar situações que, muitas vezes, não são percebidas de forma clara, como o avanço do mar e os incêndios, e causam riscos de aumento dos índices de doenças crônicas não transmissíveis como o ataque cardíaco, causado pela desidratação em dias com temperaturas elevadas.
Desafios enfrentados pela região Norte
A região Norte, sede da COP30, vive uma realidade delicada por não possuir recursos artificiais, têm dificuldades para lidar com o desequilíbrio climático atual e sofrem impactos na subsistência, como a interferência na pesca, caça e agricultura, já que concentra uma maior população tradicional, como as ribeirinhas. No Nordeste, pode-se apontar como o principal fator de risco as secas no interior. Já no Sudeste e Centro-Oeste, a seca prevalece pela ausência de chuvas e no Sul, é possível apontar chuvas intensas que provocam desastres naturais.
Propostas para mitigação e resiliência
O estudo apresenta propostas como:
- Criação de um programa de coleta de água renovável para o período de secas.
- Investimentos em outras fontes de energia, como a energia eólica e a solar, que podem reduzir o risco de apagões no país.
- Implementação de telhados verdes, para reduzir a temperatura em regiões de calor extremo, absorver a água da chuva e melhorar a qualidade do ar nas ondas de calor.
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) financia o uso de Inteligência Artificial para a criação desses projetos. A tecnologia é usada no Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), auxiliando na escolha de modelos mais eficazes de previsão do clima presente.