Gonet pede condenação de dez réus em julgamento do STF

Gonet pede condenação de dez réus no STF

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicitou, em 11 de novembro, a condenação dos réus que fazem parte do núcleo militar da trama golpista. Segundo Gonet, este núcleo foi responsável pelas ações táticas na tentativa de golpe de Estado ao final do governo Jair Bolsonaro. O grupo é composto por um policial federal e nove militares, principalmente oficiais do Exército habilitados em forças especiais, apelidados de "kids pretos".

Gonet relatou que membros deste núcleo "pressionaram agressivamente o Alto Comando do Exército a ultimar o golpe de Estado, puseram autoridades públicas na mira de medidas letais e se dispuseram a congregar forças militares terrestres ao serviço dos intentos criminosos". Essas declarações foram feitas durante sua sustentação oral na Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal).

Durante o julgamento, o procurador indicou que os militares tinham plena consciência de que a narrativa de fraude nas urnas eletrônicas não era verdadeira, mas continuaram a disseminar informações falsas para conquistar apoio popular à ruptura democrática.

Ele mencionou que a reunião dos militares com formação em Operações Especiais, ocorrida no fim de novembro de 2022, não deve ser interpretada como um encontro informal. Para Gonet, o evento, realizado em um salão de festas em Brasília, conforme mensagens trocadas pelos participantes, foi um ponto crucial para os planos golpistas.

O julgamento contou com a presença do tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo, único réu presente na sessão. Ele está detido em um quartel do Exército em Brasília há doze meses, sendo acusado de ter elaborado um plano, sob o codinome "Brasil", para neutralizar o ministro Alexandre de Moraes.

A defesa do tenente-coronel alega que ele não estava em Brasília na data do ataque planejado ao ministro, apresentando documentos que comprovam sua presença em Goiânia. Atualmente, nove réus respondem pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, além de outros crimes relacionados.

O julgamento deve prosseguir maneira restrita à leitura do relatório de Alexandre de Moraes e às sustentações orais das defesas. O julgamento final está agendado para ser concluído nos dias 18 e 19 de novembro, começando com a apresentação do relator, Alexandre de Moraes, seguido pelos demais ministros.