Polícia Militar age após pai reclamar de desenho infantil

Polícia Militar age após pai reclamar de desenho infantil

Introdução ao caso


Um pai de uma criança de 4 anos acionou a polícia militar após a filha desenhar o orixá Iansã durante uma atividade da Escola Municipal de Ensino Infantil Antônio Bento, localizada na zona oeste de São Paulo. Atendendo ao pedido do homem, quatro policiais entraram armados na instituição de ensino. O caso ocorreu na última quarta-feira (12) e foi confirmado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) ao Portal iG. Mediante nota, a pasta esclarece que foi instaurada uma apuração para investigar a conduta da equipe que atendeu à ocorrência. Além disso, serão analisadas as imagens captadas pelas câmeras corporais dos policiais envolvidos.
"A professora da unidade de ensino registrou boletim de ocorrência por ameaça contra o pai da estudante, sendo devidamente orientada sobre o prazo legal para representação criminal", finalizou a SSP.

Posicionamento da Secretaria Municipal de Educação


A Secretaria Municipal de Educação, que responde pela Escola Municipal de Ensino Infantil Antônio Bento, afirmou, através de comunicado enviado à reportagem, que o pai da estudante recebeu esclarecimentos sobre o trabalho desenvolvido pela filha. Conforme a secretaria, a atividade foi uma produção coletiva, que faz parte de propostas pedagógicas da escola. Ademais, salientou-se que é "obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena dentro do Currículo da Cidade de São Paulo".

Ação do Ministério Público


Após a repercussão do caso, os deputados Luciene Cavalcanti e Carlos Giannazi, ambos do PSOL, acionaram o Ministério Público para acompanhar o ocorrido. Na ação, Luciene Cavalcanti aponta a "grave intimidação" e "preconceito religioso" dos policiais. A deputada pede responsabilização dos envolvidos. Além disso, os parlamentares levaram o caso ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania e ao Ministério da Igualdade Racial, vinculados ao governo federal.