Prefeito de Arapiraca não será candidato a nada em 2026

O silêncio que diz mais do que qualquer discurso

Prefeito de Arapiraca não será candidato a nada em 2026

A política tem seus códigos, seus gestos calculados e seus silêncios estratégicos. Em Arapiraca, porém, o silêncio recente do prefeito fala mais alto do que qualquer pronunciamento oficial: ele não será candidato a nada em 2026. A decisão, ainda que não anunciada em alto e bom som, ecoa nos bastidores, nas conversas de gabinete e nas costuras eleitorais que começam a ganhar forma em Alagoas.

Para muitos, a não candidatura surpreende. Afinal, prefeitos de cidades-polo como Arapiraca costumam aproveitar o período pré-eleitoral para ampliar influência, testar musculatura política e até migrar para disputas estaduais ou federais. Mas o caso atual foge à regra. O prefeito opta por não disputar, não buscar mandato, mas aciona sua base para a projeção do filho na renovação do mandato de deputado federal.

Essa escolha — que alguns leem como prudência, outros como cálculo — pois Luciano Barbosa reposiciona a engrenagem política regional. Sem um prefeito-candidato, os grupos locais precisam reorganizar fiéis da balança, redistribuir alianças e entender quem ocupará o espaço que não estará vazio deixando nessa corrida a possibilidade de ter outro filho candidato a deputado estadual. E Neste caso tabuleiro muda, e muda muito.

Há quem veja na decisão um gesto de maturidade: concluir o mandato sem distrações eleitoreiras, entregar obras prometidas, fechar ciclos administrativos com foco técnico e se afastar do desgaste natural que uma campanha direta traz. Há também quem interprete como recuo estratégico — evitar exposição, preservar capital político e reaparecer fortalecido mais na frente, quando novamente uma disputa poderá está posta.

Independentemente da leitura, uma coisa é certa: em 2026, Arapiraca assistirá a um cenário distinto, sem a força gravitacional de um prefeito em campanha, pois candidaturas majoritárias ao governo estadual podem dividir opiniões e gerar mágoas. O jogo ganha novos protagonistas, e aqueles que se movimentarem com inteligência ocuparão os espaços deixados em aberto.

O tempo dirá se a decisão do prefeito foi renúncia, cálculo ou apenas pausa. O fato é que, em política, não disputar também é um movimento — e, às vezes, um dos mais relevantes no tabuleiro.

Creditos: Professor Raul Rodrigues