Gilmar Mendes limita pedidos de impeachment de ministros do STF
05/12/2025, 12:10:57Decisão de Gilmar Mendes e o Impasse no STF
Na última quarta-feira, o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), tomou a decisão de suspender, em caráter liminar, partes da Lei do Impeachment que permitem a abertura de processos para afastar ministros da corte. Essa lei, datada de 1950, foi considerada por Mendes como incompatível com a nossa Constituição em diversos aspectos.
Atribuição da PGR
Um dos principais pontos destacados por Mendes é que a atribuição para solicitar a abertura de um impeachment deve ser exclusiva do chefe da Procuradoria-Geral da República (PGR), atualmente ocupado por Paulo Gonet. Em sua decisão, o ministro clarificou que um artigo da lei que permite que qualquer cidadão apresente uma denúncia para impeachment é inconstitucional. Assim, para que um processo de impeachment possa ter início, ele deve passar pelo crivo do chefe do Ministério Público.
Motivações Políticas e o Rigor da Lei
Gilmar Mendes também enfatizou a preocupação com a possibilidade de denúncias motivadas por interesses político-partidários e falta de rigor. Ele afirmou: "O chefe do Ministério Público da União, na condição de fiscal (CF, art. 127, caput) da ordem jurídica, possui capacidade para avaliar, sob a perspectiva estritamente jurídica, a existência de elementos concretos que justifiquem o início de um procedimento de impeachment".
Controvérsias e Novos Pedidos
Nos últimos anos, a possibilidade de impeachment de ministros do STF tem sido um tema discutido entre os partidos, especialmente entre os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em outubro, foram apresentados dois pedidos de impeachment, um visando Flávio Dino e outro Alexandre de Moraes. Essa ofensiva contra a corte tem gerado grande debate na política brasileira.
Próximos Passos
A liminar de Gilmar Mendes será discutida no plenário do STF em uma sessão virtual, que ocorrerá entre os dias 12 e 19 deste mês. O ministro também suspendeu outros artigos da Lei do Impeachment, entre eles aquele que diz respeito ao quórum para a abertura do processo. A atual lei prevê que a maioria simples dos senadores é suficiente, enquanto Mendes defende que dois terços dos votos são necessários para garantir a imparcialidade do Judiciário.
A Visão de Gilmar Mendes
"O Poder Judiciário, nesse contexto, em especial o Supremo Tribunal Federal, manteria não uma relação de independência e harmonia, mas, sim, de dependência do Legislativo, pois submeteria o exercício regular de sua função jurisdicional ao mais simples controle do Parlamento", afirmou em sua decisão.
Conclusão
Com as alterações propostas por Mendes, o objetivo é assegurar uma maior resiliência do Supremo Tribunal em face de pressões políticas, garantindo que o processo de impeachment não fique atrelado a motivos meramente partidários. Essa decisão representa um marco no equilíbrio entre os poderes e reforça a necessidade de um debate aprofundado sobre a legislação que regula o procedimento de impeachment de ministros do STF.
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