Soldado suspeito de feminicídio no DF recebe prisão preventiva

Soldado suspeito de feminicídio no DF recebe prisão preventiva

Segundo a Polícia Civil, Kelvin Barros da Silva teria confessado a autoria do crime.

O juiz federal da Justiça Militar da União, Frederico Magno De Melo Veras, converteu a prisão em flagrante do soldado do Exército Kelvin Barros da Silva, de 21 anos, em prisão preventiva. Kelvin é suspeito de ter matado a Cabo Maria de Lourdes Freire Matos. O corpo da militar foi encontrado carbonizado após um incêndio que atingiu a área do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas (1º RCGd), do Exército, na última sexta-feira (5). Na decisão, o magistrado concluiu que há indícios de materialidade e autoria, "reforçados pela confissão e pelo conjunto probatório". Para o juiz Frederico Magno, o soldado em liberdade colocaria em risco a investigação e "afrontaria os princípios basilares da hierarquia e disciplina militares".

Interrogatório

Consoante a informações da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), Kelvin teria confessado o crime. Conforme o delegado-chefe da 2ª DP, Paulo Noritika, o suspeito foi preso em flagrante. Ainda de acordo com Noritika, durante o interrogatório, o soldado chegou a afirmar que tinha um relacionamento com a vítima. "Após uma discussão, na qual ela exigiu que ele terminasse o relacionamento com a namorada e a assumisse, conforme a promessa dele. Ela teria sacado sua arma de fogo e ele teria segurado a pistola, enquanto ela queria alimentá-la com a munição". Segundo o delegado-chefe, o soldado teria conseguido pegar, com uma das mãos, a faca da Cabo, e desferiu um golpe no pescoço da vítima. Em seguida, ele pegou o isqueiro e álcool e incendiou o local, levando a arma da militar. O autor do crime está sob custódia no Serviço de Guarda do Exército e responderá pelos crimes de feminicídio, furto de arma, incêndio e fraude processual. "Podendo ser condenado a 54 anos de prisão".

Acusação contesta versão do suspeito

A versão do suspeito é contestada pela defesa da família de Maria de Lourdes. Mediante nota, a advogada Leila Santiago salienta que não havia nenhum envolvimento amoroso entre a vítima e o autor do crime. "Ela era discreta, séria, focada nos estudos e exercia posição de hierarquia superior ao soldado Kelvin, contexto que aponta para o não aceite da autoridade feminina, motivando o crime (...) As especulações que tentam associá-la ao agressor são mentirosas e desrespeitosa", ressalta Santiago.