Chef relata problemas após longo apagão em restaurante

Chef relata problemas após longo apagão em restaurante

Impactos do Apagão no Restaurante Lena

O chef Mário Santiago, do Lena, em São Paulo, recentemente enfrentou uma dura realidade após um apagão que durou mais de 23 horas em seu restaurante, localizado em Pinheiros. A situação ocorreu quando, na última quarta-feira (10), durante o horário de almoço, tanto os funcionários como o chef foram surpreendidos pela falta de energia, resultado da passagem de um ciclone extratropical pelo estado.

Decisões em Meio ao Apagão

Com a interrupção do fornecimento, Mário optou por encerrar o atendimento mais cedo, considerando que "o que já representa uma perda de faturamento". Inicialmente, ele acreditava que a falta de energia era um problema temporário, mas, com as horas passando e sem uma solução, a ansiedade aumentava.

Ele menciona ter tentado contato com a Enel para obter informações sobre a situação: "Eu liberei a equipe e continuei em contato com a Enel. A cada contato, eles davam uma nova previsão". Perante a incerteza, decidiu retornar ao restaurante para preservar os alimentos e minimizar os danos. "Quando eu percebi que era uma situação que a Enel não estava dando certeza alguma, eu voltei no restaurante, coloquei tudo no gelo. Fiz o máximo de contenção que pude para poder minimizar a perda", relembra.

Um Custo Elevado

Durante a tentativa de resolver a situação, o chef também buscou por geradores para garantir a continuidade do serviço, mas se deparou com preços exorbitantes. "Infelizmente, o que acontece nesses momentos é que os geradores começaram a ficar caros. Um gerador que, geralmente, é R$ 2 mil ou R$ 3 mil, estava saindo por R$ 8 mil até R$ 16 mil", explicou Mário, ressaltando a dificuldade financeira que isso representa para o seu negócio.

Perdas e Consequências

Em entrevista ao Portal iG, Mário Santiago destaca que, por questões de segurança alimentar, foi necessário descartar parte dos alimentos que estavam armazenados. "Para a gente que trabalha no setor de alimentos, um dia no mês de dezembro significa uma perda muito grande", destacou. Ele estima que o prejuízo total relacionado às 23 horas sem eletricidade é de cerca de R$ 3 mil, considerando que "não é nada de outro mundo, mas é um valor que causa um prejuízo para a casa".

Além da perda material, Mário enfatiza que o maior prejuízo é a oportunidade de faturamento perdido. "Na última quinta-feira (11), fiz uma postagem chamando os clientes para prestigiar os restaurantes locais. "Faz muita diferença", salienta. Ele expressa otimismo e espera que a demanda no dia seguinte, resultante da sua apelativa mensagem, seja alta.

Falta de Aviso e Problemas com a Enel

Após a energia ser restabelecida na quinta-feira, Mário percebeu que não houve aviso prévio por parte da Enel e nenhum funcionário da empresa se apresentou no local. O chef relata que já havia enfrentado problemas no passado com a elevação de custos e até mesmo tentativas de extorsão por parte de pessoas associadas à empresa: "Quando eu inaugurei o Lena, eu acionei a Enel para ligar a energia. Um funcionário veio pedir propina para um serviço básico. Disse que não pagaria e ele desapareceu", contou.

Negligência e Crise Energética

O cenário de apagão em São Paulo é grave, afetando cerca de 806 mil residências ainda na manhã desta sexta-feira (12), após o ciclone extratropical causar queda de árvores e postes danificados. A Enel informou que havia restabelecido o fornecimento de energia para cerca de 1,8 milhão de clientes, dos 2,2 milhões que foram afetados por essa situação.