Documentos no caso Epstein levantam desconfiança na Justiça

Documentos no caso Epstein levantam desconfiança na Justiça

Novos documentos no caso Epstein

Autoridades dos Estados Unidos descobriram mais de um milhão de documentos, além dos já divulgados, potencialmente ligados ao caso de Jeffrey Epstein, morto em 2019 enquanto aguardava julgamento por tráfico sexual de menores. As informações são da BBC. O material foi identificado pelo FBI e por procuradores federais de Nova York, que informaram o Departamento de Justiça dos Estados Unidos nesta semana. Segundo o próprio departamento, a análise e a edição legal dos arquivos podem levar “mais algumas semanas”. A revelação ocorre após críticas por descumprimento do prazo legal, encerrado em dezembro, para a liberação integral dos registros relacionados ao financista. Outro lote de documentos só saíram na última terça-feira (23), porém, uma parte limitada diante do que vem sendo descoberto.

O que está em jogo

Em comunicado oficial, o Departamento de Justiça afirmou que equipes de advogados trabalham “24 horas por dia” para revisar os documentos, com o objetivo de proteger a identidade das vítimas e cumprir exigências legais antes da divulgação. A pasta não detalhou como o FBI e o gabinete do procurador federal do Distrito Sul de Nova York obtiveram o novo acervo. A descoberta aumenta o volume de material ainda pendente de análise. Autoridades do próprio departamento já haviam reconhecido que centenas de milhares de documentos permaneciam sob custódia, mesmo após a divulgação, em lotes, de milhares de páginas nas últimas semanas. O atraso passou a ser alvo de questionamentos no Congresso, que aprovou a Lei de Transparência dos Arquivos Epstein, que determinou a divulgação de todos os registros não classificados do caso.

Críticas à censura e ao nível de transparência

Os arquivos já tornados públicos incluem e-mails, fotos, vídeos e relatórios de investigação, muitos deles com extensas partes censuradas. Parlamentares de diferentes partidos criticam o nível das redações, alegando que a lei permite ocultações apenas para proteger vítimas ou investigações em andamento. Em publicação no X (Twitter), o deputado Robert Garcia, principal democrata no Comitê de Supervisão da Câmara, acusou a Casa Branca de reter documentos “ilegalmente”. Para ele, há cortes que vão além do previsto na legislação, que proíbe esconder nomes apenas por risco de constrangimento ou dano à reputação. O texto legal exige a liberação de comunicações internas e memorandos que detalhem quem foi investigado e quais decisões levaram a acusações, ou à desistência delas, contra Epstein e seus associados.

Desdobramentos e repercussões

Entre os registros analisados por investigadores, há e-mails de 2019 que mencionam ao menos 10 possíveis cúmplices de Epstein. Seis dessas pessoas teriam recebido intimações em diferentes estados, como Flórida, Massachusetts, Nova York e Connecticut. Até agora, apenas Ghislaine Maxwell foi condenada, em 2022, a 20 anos de prisão por tráfico sexual de menores. Divulgações anteriores também tiveram impacto fora dos Estados Unidos. No Reino Unido, vieram à tona vínculos entre Epstein e figuras da elite política e da monarquia, como Andrew Mountbatten-Windsor, que perdeu títulos e funções públicas após o escrutínio sobre sua relação com o financista.

O futuro dos documentos

Na liberação mais recente, um e-mail de 2001 atribuído a uma pessoa identificada como “A”, de Balmoral, enviado a Maxwell, voltou a levantar questionamentos sobre a rede de contatos de Epstein. A equipe do duque nega qualquer irregularidade e afirma que ele nunca presenciou ou suspeitou de crimes cometidos pelo norte-americano. O Departamento de Justiça afirma que continuará divulgando os documentos em novos lotes, à medida que a revisão avançar. Não há, porém, um cronograma fechado para a conclusão do processo.

Conclusão

A situação em torno do caso Epstein continua a se desenrolar, revelando cada vez mais complexidades e questões de transparência na Justiça. Acompanhe nosso blog para mais atualizações sobre este caso intrigante e outros temas relacionados à política e justiça!