Tarcísio reforça reeleição com entregas antes das férias

Tarcísio reforça reeleição com entregas antes das férias

Desde que o senador Flávio Bolsonaro (PL) se lançou pré-candidato contra Lula (PT), com apoio do pai, Jair Bolsonaro (PL), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem reforçado à sua equipe que sua prioridade é a reeleição e tem solicitado auxílio para a conclusão de projetos importantes antes de suas férias. Embora alguns de seus aliados ainda esperem que ele mude de ideia e dispute a Presidência, Tarcísio tem afirmado que seu objetivo é se reeleger governador.


Tarcísio tirará 17 dias de férias, iniciando na sexta-feira (26), e sua ausência será sentida enquanto ele cumpriu uma intensa agenda pública na Grande São Paulo, onde acredita-se que teve um desempenho fraco nas eleições anteriores. Durante a sua ausência, o vice-governador Felicio Ramuth (PSD) assumirá as funções do governo. Allysy do governador comentam que Ramuth é um candidato forte para a sucessão, tanto se Tarcísio optar por uma candidatura à Presidência quanto para permanecer como vice na chapa de reeleição.


Recentemente, Tarcísio participou de eventos para a entrega de moradias populares em localidades como Guarulhos, além de inaugurar um viaduto estaiado no ABC e parte do trecho norte do Rodoanel, bem como o piscinão Jaboticabal, projetado para combater enchentes nas áreas limítrofes entre a capital e outros municípios. Em cada um desses eventos, o governador interagiu com operários e apoiadores, proferindo discursos que destacavam seu compromisso com novas linhas de metrô e associando essas entregas ao combate à corrupção, ligando atrasos nos projetos à Operação Lava Jato e a adversários do Partido dos Trabalhadores.


O governo de Tarcísio anunciou a entrega de 80 mil unidades habitacionais através do programa Casa Paulista, que fornece um montante de cerca de R$ 10 mil em aporte estadual para os imóveis. No Rodoanel, Tarcísio deu continuidade ao edital iniciado pela gestão anterior, que também teve parte de sua execução atrasada, sendo atribuída pelo então governador João Doria à gestão Bolsonaro, da qual o atual governador ainda fazia parte. Vale ressaltar que essas informações foram omitidas durante os discursos.


De acordo com aliados, a pressão para exibir resultados antes do fim do ano intensificou-se desde que Flávio Bolsonaro anunciou sua pré-candidatura à presidência, o que resultou em um enfoque maior nas obras de reeleição. A orientação para acelerar a conclusão de projetos foi especialmente direcionada aos secretários que devem deixar o governo para concorrer ao Legislativo no próximo ano, com a expectativa de que eles deixem seus cargos ainda em janeiro.


Outros quatro secretários devem se desvincular, incluindo Guilherme Derrite (PP), que já saiu da Segurança Pública para concorrer ao Senado. Os secretários Guilherme Piai (PL), Helena Reis (Republicanos), e Roberto Lucena (Republicanos) também devem se candidatar à Câmara dos Deputados, enquanto Gilberto Kassab (PSD) planeja coordenar a campanha de seu partido.


A expectativa de que Tarcísio pudesse correr para a Presidência fomentou um movimento entre líderes políticos estaduais em busca do cargo de governador, mas essa movimentação parece ter diminuído. Durante a entrega do piscinão Jaboticabal, um dos pretensos candidatos ao governo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB), esqueceu-se de mencionar em seu discurso outro concorrente, o presidente da Alesp, André do Prado (PL). Esse desentendimento foi abordado como um desencontro protocolar, terminando com um gesto de cordialidade, onde Nunes convidou Prado a visitar com ele uma obra pública na zona norte posteriormente.


Entretanto, no círculo íntimo de Tarcísio, a continuidade do governador em São Paulo é um tema debatido, pois aliados consideram que a candidatura de Flávio à Presidência ainda pode ser revista.