Um homem com uma causa seguirá aquilo que ajude a causa

Quando se descobre um - Câncer Social - deve-se combatê-lo com cirurgia, quimioterapia e radioterapia, para assim extiguir o mal sem que ele se espalhe. Cada ação é uma etapa do tratamento.

Um homem com uma causa seguirá aquilo que ajude a causa

Um homem sem causa caminha ao sabor do vento. Um homem com causa, não. Este segue em linha reta, mesmo quando o terreno é áspero, mesmo quando o caminho cobra preço alto. Ter uma causa não é um adorno moral nem um slogan conveniente; é um compromisso silencioso que define escolhas, alianças e rupturas.

Quem carrega uma causa passa a enxergar o mundo sob outro critério. Pessoas, ideias, instrumentos e circunstâncias deixam de ser fins em si mesmos e passam a ser meios — úteis ou inúteis — conforme sirvam ao propósito maior. Não se trata de oportunismo barato, mas de coerência. A causa funciona como bússola: aponta o Norte e dispensa justificativas a cada passo.

Por isso, um homem com causa persegue tudo aquilo que a fortaleça. Ele busca conhecimento que esclareça, alianças que somem, estratégias que ampliem alcance. Afasta-se, sem drama, do que enfraquece, distrai ou corrompe. Não se prende a vaidades pessoais nem a aplausos momentâneos. Seu foco não está no palco, mas no resultado.

É justamente aí que surgem os conflitos. O homem com causa incomoda. Ele não se dobra a conveniências, não negocia princípios essenciais e não aceita atalhos que custem a essência do que defende. Para os que vivem de circunstâncias, ele parece rígido. Para os que vivem de interesses, ele é um obstáculo. Para os que vivem sem rumo, ele é um espelho incômodo.

Na política, na vida pública ou na esfera pessoal, a diferença é clara: causas constroem legados; interesses constroem apenas momentos. Quem persegue a causa aceita ser mal interpretado hoje para ser compreendido amanhã — se é que a compreensão virá. A causa não exige unanimidade, exige fidelidade.

No fim, um homem com causa não pergunta o que é mais fácil, nem o que é mais popular. Pergunta apenas: isso serve à causa? Se a resposta for sim, ele segue. Se for não, ele recua — ainda que sozinho. Porque a causa, quando é verdadeira, vale mais do que a companhia, o conforto ou a aprovação.

Creditos: Professor Raul Rodrigues